O avanço do consumo de plásticos nas últimas décadas acompanha a modernização de diversos setores da sociedade, impulsionado pelas qualidades funcionais deste polímero derivado do petróleo. No entanto, o impacto ambiental gerado por seu uso indiscriminado tornou-se uma das principais preocupações globais, especialmente pela liberação de substâncias tóxicas ao ambiente e pela resistência do material à decomposição natural.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de geração de lixo plástico, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Este cenário alarmante evidencia a urgência no desenvolvimento de soluções eficazes e sustentáveis para o tratamento e a redução desses resíduos.
A busca por alternativas biotecnológicas à degradação convencional do plástico tem sido uma das frentes mais promissoras da ciência. Entre elas, destaca-se a investigação da capacidade de microrganismos em decompor materiais plásticos por meio da produção de enzimas específicas, como as hidrolases e oxidorredutases, amplamente aplicadas na indústria biotecnológica.
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, identificaram duas espécies de fungos – Aspergillus terreus e Engyodontium album – presentes no solo, com a capacidade de degradar plástico em um período recorde de apenas 140 dias. Esta descoberta representa um marco científico, pois abre caminhos para a criação de processos biológicos escaláveis e ambientalmente responsáveis para o tratamento de resíduos plásticos, com potencial de aplicação em nível industrial.
O plástico é um polímero sintético derivado de resinas petroquímicas, amplamente utilizado em escala global devido à sua versatilidade, durabilidade e baixo custo. Embora alguns tipos de plástico possam ser reciclados, a realidade é que a reciclagem por si só tem se mostrado insuficiente para conter a crescente geração de resíduos desse material.
A decomposição do plástico pode variar entre 100 e 400 anos, dependendo de sua composição e formato. Essa durabilidade está diretamente associada a sua complexa estrutura química, que resiste à ação de microrganismos naturais e impede a biodegradação em ambientes convencionais. Como consequência, o acúmulo de resíduos plásticos contribui para a degradação de ecossistemas, poluição de corpos hídricos e impactos negativos à saúde de humanos e animais.
Frente a esse desafio, torna-se imprescindível promover mudanças de comportamento e incentivar práticas cotidianas que visem à redução do consumo de plásticos descartáveis. Entre as estratégias recomendadas por especialistas e ambientalistas, destacam-se:
Tais medidas, quando incorporadas de forma sistemática, têm o potencial de reduzir significativamente a pressão ambiental causada pelo lixo plástico, contribuindo para a conservação dos recursos naturais e o equilíbrio dos ecossistemas.