Com a intensificação das mudanças climáticas, eventos extremos como enchentes, ondas de calor e a degradação ambiental se tornaram parte da rotina nas áreas urbanas. Diante desse cenário, cresce a necessidade de repensar os espaços já consolidados nas cidades — e uma das estratégias mais promissoras é integrar a natureza ao ambiente urbano por meio da infraestrutura verde.
Entre os elementos naturais mais negligenciados nas cidades estão os cursos d’água. Historicamente, rios e córregos foram canalizados, cobertos por asfalto ou relegados ao esgoto, afastando-os da paisagem e da vivência urbana. Muitos desses corpos d’água hoje são vistos como problemas — e não como aliados.
Mas isso pode (e deve) mudar.
A infraestrutura verde reúne soluções baseadas na natureza para melhorar a qualidade ambiental e promover o bem-estar da população. De acordo com Herzog (2011), trata-se de um conjunto de ferramentas ecológicas, econômicas e sociais que incluem desde jardins e áreas arborizadas até sistemas de drenagem natural, passando por áreas esportivas, biorremediação e recuperação de matas ciliares.
É nesse contexto que se destacam os parques lineares — projetos que acompanham o curso dos rios, combinando lazer, paisagismo e recuperação ambiental. Eles funcionam como uma verdadeira integração de diversas infraestruturas verdes, revitalizando as margens fluviais e promovendo o uso sustentável desses espaços.
Entre os recursos utilizados nesses parques, destacam-se:

Além de resgatar a beleza e a funcionalidade das águas fluviais, os parques lineares valorizam o espaço urbano. Eles aumentam a cobertura vegetal, ajudam no controle de temperatura, melhoram a qualidade do ar, reduzem o risco de inundações e tornam as cidades mais preparadas para eventos climáticos extremos.
Esses espaços também têm um papel central na promoção da saúde física e mental. Caminhadas, passeios de bicicleta, atividades ao ar livre, áreas de lazer para crianças e pontos de encontro para a comunidade transformam o parque em um local de convívio e bem-estar. Com isso, fortalece-se o vínculo entre população e natureza — algo cada vez mais raro nos centros urbanos.
A implantação de parques lineares e de infraestrutura verde depende, em grande parte, da gestão pública. No entanto, o engajamento da população é fundamental. Conhecer e valorizar esses espaços estimula sua conservação e pressão por novas iniciativas semelhantes. Quando a sociedade entende o papel vital dos rios urbanos, nasce um novo olhar sobre o meio ambiente.

Mesmo na ausência de políticas públicas imediatas, pequenas atitudes individuais podem contribuir para a preservação dos cursos d’água urbanos. Veja algumas práticas importantes:
Resgatar nossos rios é também resgatar a saúde, a beleza e a identidade das nossas cidades. Os parques lineares e a infraestrutura verde são pontes entre o urbano e o natural — e o primeiro passo dessa transformação pode começar com você.