Mudanças Climáticas e o Papel das Práticas Urbanas na Construção de Cidades Resilientes

5 de julho de 2024
Por Letícia Ribeiro

Está quente, né? A sensação de calor extremo deixou de ser um fenômeno pontual para se tornar parte da realidade cotidiana em muitas regiões do mundo. A elevação das temperaturas globais está diretamente ligada a dois fatores principais: o avanço do aquecimento global, impulsionado pela emissão contínua de gases de efeito estufa, e a atuação de fenômenos climáticos como o El Niño, que aquece anormalmente as águas do Oceano Pacífico e afeta o clima em escala planetária.

No Brasil, os efeitos desse novo clima são cada vez mais evidentes. O ano de 2023 foi um dos mais quentes já registrados no país, com impactos significativos em todas as regiões. Belo Horizonte, por exemplo, se destacou como a capital brasileira que mais aqueceu naquele ano. Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que, em novembro de 2023, a cidade teve uma elevação de 4,23°C em relação à média histórica para o mês, um recorde que ilustra a gravidade do cenário.

A Cidade como Agente de Transformação

Diante desse panorama, o papel das cidades vai além da adaptação — elas também podem ser vetores de transformação. As práticas urbanas têm o poder de mitigar os efeitos do aquecimento e contribuir para um ambiente mais sustentável e saudável. A seguir, destacamos algumas estratégias fundamentais:

  • Telhados verdes: A cobertura vegetal em edifícios atua como isolante térmico, reduz o calor absorvido pelas construções e contribui para a purificação do ar, além de oferecer abrigo para aves e insetos polinizadores.
  • Arborização urbana: Árvores são verdadeiras aliadas contra as ilhas de calor. Elas fornecem sombra, umidificam o ar, absorvem poluentes e tornam os espaços urbanos mais agradáveis para viver.
  • Jardins de chuva: Além de embelezarem a cidade, essas estruturas ajudam na retenção e filtragem da água da chuva, prevenindo alagamentos e contribuindo para a recarga dos lençóis freáticos.
  • Bebedouros públicos: Simples e eficazes, bebedouros em locais estratégicos promovem a hidratação da população, especialmente nos períodos de calor extremo, reforçando o cuidado com a saúde pública.
  • Parques urbanos: Além de áreas de lazer, os parques funcionam como reguladores naturais do clima local, ajudando na absorção de carbono e na redução das temperaturas nos arredores.
  • Ciclovias e mobilidade ativa: Promover o uso da bicicleta como meio de transporte é essencial para reduzir as emissões de carbono e melhorar a qualidade do ar nas cidades.

Planejamento Urbano com Foco Climático

Para que essas soluções se tornem realidade, é fundamental que as políticas públicas de planejamento urbano incorporem estratégias integradas de adaptação e mitigação climática. Isso envolve desde incentivos à infraestrutura verde até a revisão de diretrizes para o uso do solo e o estímulo a modelos de transporte mais sustentáveis.

As cidades do futuro precisam ser projetadas para resistir aos extremos climáticos e ao mesmo tempo oferecer bem-estar aos seus habitantes. Belo Horizonte, ao lado de tantas outras cidades brasileiras, já sente os efeitos do desequilíbrio climático. Cabe agora agir com inteligência e compromisso, adotando práticas que tornem o ambiente urbano mais resiliente e preparado para os desafios que virão.

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