Nos últimos meses, o Brasil voltou a enfrentar uma realidade cada vez mais recorrente: as queimadas descontroladas, que se alastram por diferentes biomas e comprometem a qualidade de vida nas cidades. Em Belo Horizonte, por exemplo, os efeitos da fumaça e da fuligem já são sentidos pela população — o céu se fecha com uma névoa acinzentada e o ar torna-se denso, pesado e carregado de poluentes.

Os impactos sobre a saúde pública são imediatos. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias estão entre os grupos mais afetados, apresentando aumento de sintomas como falta de ar, irritações e crises de asma. Mesmo em regiões distantes dos focos de incêndio, o vento transporta a fumaça, espalhando seus efeitos por todo o país.
Além da ameaça à saúde, o prejuízo ambiental é alarmante. As queimadas destroem florestas inteiras, eliminam habitats, empobrecem o solo e colocam em risco a biodiversidade. Árvores centenárias são perdidas em minutos, e o solo queimado pode levar décadas para se regenerar. A perda dessas áreas florestais também prejudica a regulação do clima e a capacidade natural de absorver CO₂, agravando o aquecimento global.


Esse ciclo é perverso: quanto mais queimadas, mais gases de efeito estufa são liberados, o que contribui para o aumento da temperatura global e cria condições ainda mais propícias para novos incêndios.
Grande parte das queimadas no Brasil tem origem na ação humana. O desmatamento ilegal, a queima de pastagens para abertura de áreas agrícolas e o uso irresponsável do fogo em zonas rurais são práticas ainda comuns. A crise climática, com períodos prolongados de seca e calor extremo, apenas intensifica os efeitos dessas ações.

A boa notícia é que todos podemos colaborar para reverter esse cenário. Mesmo quem vive longe das florestas pode adotar práticas que ajudam a prevenir e combater as queimadas.
As queimadas são mais do que um problema ambiental: são uma emergência climática e de saúde pública. Combater esse ciclo exige ação coletiva, comprometimento e, acima de tudo, consciência. Cada atitude conta — e começa por nós.